quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Vermelho
não és tu.
(quem és tu?)
que te traz o vermelho? transforma-te?
leva-te.
e percorres caminhos que não queres.
(sentas-te em pedras frias, escreves-te em folhas de árvores)
procuro-te na imensidão escura dos teus olhos.
tens marcas de lágrimas na face.
(notas que choras?)
mas usas o vermelho, passeias o vermelho que está agora agarrado aos teus fios de cabelo. fios de cabelo que esvoaçam com o vento gelado. que te acompanham pelas ruas. que deixam rasto por onde passas.
(o vermelho não é teu, não te faz tu)
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
.alone.
sentou-se no banco abandonado. e ali ficou, olhando as estrelas. talvez tentando alcançá-las.
[18h12]
Blindside - Shekina
sábado, 23 de janeiro de 2010
Coração de Chocolate
Levantei-me. E segui na direcção do bater.
Fui para o lado esquerdo. (claro)
Segui pelo corredor escuro. Frio. O bater estava mais alto. Uma brisa gelada entranhou-se-me. Parei à porta do teu quarto. Era de lá que vinha o bater. Hesitei à porta. (porque viria o bater do coração dali? Do teu quarto? Se não estás em casa. Se já não estás aqui. Se já nem te conheço o rosto?) entrei. E então a tua voz disse: - demorou até me ouvires. Estive sempre aqui.
[09-01-2010,23h43]
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
lábios de chocolate
beijo-te quando não estás a ver, mas quando estás a olhar. beijo-te quando não queres. beijo-te quando está escuro, quando até os mais pequenos objectos te fugiram. beijo-te quando és esquecida. beijo-te sempre, mas não sentes pois não ?
aqueles pequenos segundos que são tudo para mim.
mesmo não sendo reais.
(vê que estou aqui. estou sempre, sempre, sempre...)
[18h01]
Roxo
Tentas captar o roxo mas não consegues.
(que significará para ti o roxo?)
Pareces interessada mas não estás.
Estás distante.
(perdes-te nos teus pensamentos)
O teu lado maturo sobressai.
(tens um ar sério...)
Mas és uma menina.
(vê-se nos teus olhos, por isso te sorrio tanto)
Irresistível. Bonita. Intocável.
(por isso o meu sorriso é parvo)
Captas o roxo. Tu é que não vês.
Ri. Espalha os cabelos. Salta. Brinca.
(assim até darás valor ao roxo)
Privilegia quem te vê, te ouve, te sente.
[27-12-2009]
[ para ti, gate.goma ]
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
domingo, 17 de janeiro de 2010
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Chocolate Vadio
sob o olhar atento das estrelas. sob o descanso da cidade.
e descobres histórias nas paredes escondidas. inventas memórias alegrando pedras magoadas.
e não voltas para casa. não tens casa.
lanças-te à noite. contas-lhe os teus segredos e ela consola-te e dá-te preciosidades.
e espalhas o roxo. deixas rasto.
[18h49]
[ thoughts on The Dark Riddler, o tal chocolate vadio ]
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Danço para ti ...
Fazes soar em mim a melodia da alegria e habitar em mim a beleza não existente.
Consigo contemplar algo que ainda não acredito ser possível estar a desenrolar-se.
Tu habitas este lugar. Tu moves-te. Tu és real.
Coração de chocolate. Vou trincando, comendo sempre que a dor tentar domar-me.
O teu perfume entranha-se na minha pele. Eles não o sentem, dizem que não existes. Aqueles que não têm asas. Aqueles que existem só para encher as ruas.
Não tenho sono. Tenho necessidade de inconsciência. Dá-me o meu peluche, por favor.
Acordo embrulhada em sentimentos. Lágrimas de chocolate negro.
O tal rosto perfeito que tantas noites me assombrou. Assombrou?
Toquei os teus lábios. Toquei?
Inúmeras vezes me apetece transparecer-me e chegar até ti, tocar o teu rosto, definir as tuas feições com a ponta dos meus dedos, percorrer a tua pele, sentir-lhe o sabor.
Gosto do teu sabor. Por muito que tentes fazê-lo amargo, não consegues…
Roubo, roubei, vou roubando para ti, estrelas, luas, gomas e chocolates.
Não para te adoçar a boca.
Sei que já nada tens para mim, que deste todos os teus doces, não a mim.
Deixa-me colar-te as asas. Sarar-te as feridas. Arranjar-te o sorriso. Devolver-te o brilho.
As minhas asas de chocolate. Que possuem pequenas trincas, não minhas, mas daqueles que se fizeram merecidos.
Danço para ti mas tu não vês.
Naquele mundo. No nosso mundo. Só nosso.
[22-11-2009]
[escrito para ela]
domingo, 10 de janeiro de 2010
Virava a cara, contemplava seres desconhecidos na tentativa de afastar pensamentos não bem-vindos. Tentando distrair os ouvidos de palavras que penetravam friamente. (Ela não é quente! achas? nada! é fria!) Mas as lágrimas caíam, e não eram visíveis. E os soluços estúpidos saíam, mas ninguém ouviu. E sorria! forçava aquele sorriso! Para quê? (Ela dá sempre a ideia errada. Sente uma coisa mas dá impressão de sentir outra. Mostra indiferença quando o que ela quer é que não seja tanto! porque tudo lhe entra no coração. Cada palavrinha dirigida a ela, cada olhar, cada sorriso, cada toque. Não é invisível! e até há quem goste da sua maneira de ser! e isso é tão fora que ela se afunda nos seus pensamentos antigos... porque se apercebe que tem valor! e que tem sido tão parva!)
Mas a pergunta que a atormenta é "Não sou eu pois não ?"
E chega a noite e quando pensava ter conseguido seguir em frente, aqueles sentimentos perturbadores caem todos em cima de mim. E apercebo-me do quanto te gosto. E o quanto me preenches, e o quanto te quero ver feliz, o quanto quero que me sorrias, o quanto quero que me toques, o quanto quero que o teu olhar seja para mim.
[15h12]
Avenged Sevenfold - Afterlife
sábado, 9 de janeiro de 2010
E aquelas lágrimas caem quando lhes apetece. (aquele lado que deveria já estar completamente coberto, de vez em quando quer vir à superfície, tenta, mas não dá, caem as lágrimas e vai-se embora)
vais conseguir ?
lá no fundo não queres conseguir.
[15h32]
Stream of Passion - Open your eyes
Não é atirares-te e magoares-te. Estragares-te.
Respeita-te.
sábado, 2 de janeiro de 2010
Atrás dela estava sentada a uma mesa oval um corpo de alma em destruição, que perguntou: - mataste-a não foi?
Virou-se e cravou as unhas ainda ensanguentadas na toalha branca de linho nojenta. Olhando-a através do gelo. Estaria uma lágrima tímida a cair?
A outra, de olhar triste mas confiante, ajeitou o jarro de rosas negras, endireitou a suave toalha de linho, posou as mãos no colo e fitou-a. Aquele corpo sem alma chorava agora. Olhou para baixo: - Tinha de ser.
A outra levantou-se devagar, dirigiu-se a ela, limpou-lhe uma lágrima, beijou-lhe suavemente a testa... : - obrigada. até um dia.
I want to recognize your beauty is not just a mask
I want to exorcise the demons from your past
I want to satisfy the undisclosed desires in your heart
Muse - Undisclosed Desires